1 de dezembro de 2007

Arroz de Pato à Antiga – para mulheres de hoje






O que precisa trazer do supermercado:

- Uma garrafa de Martini Bianco
- Um frasco de azeitonas verdes
- Um saco de gelo
- Palitos (para espetar as azeitonas)
- Um limão para cortar em rodelas para o Martini
- Um pato congelado
- Um saco de cebola congelada
- Um saco de alho congelado
- Um saco de cravinhos
- Uma caixa de salsa congelada
- Pão ralado
- Uma chouriça, um salpicão e uma tira de bacon
- Um faca que corte bem
- Uma panela e um tacho
- Uma concha da sopa
- Uma tesoura de trinchar carne
- Pirex para ir ao forno


O que precisa trazer da farmácia:

- Uma embalagem de Victan
- Pensos rápidos – são sempre precisos em casa e nunca temos



Lave bem o pato e queime com o isqueiro as penas que ainda possa ter. Tome um Victan ou algo similar e sirva-se de um Martini Bianco gelado ou com duas pedras de gelo, uma, duas ou três azeitonas espetadas num palito. Dê dois goles para começar a fazer efeito com o calmante. Encha uma panela de água com o sal que acha que deve usar, um pacote de salsa congelada Iglo ou até quem sabe Pingo Doce, três ou as que entender, cabeças de cravinho – aquilo na verdade não dá grande sabor - a chouriça de vinho, um salpicão e uma barra de bacon de qualquer marca – a não ser que tenha ido à Feira do Fumeiro em Montalegre. Atire o pato, sem nunca pensar que o animal alguma vez teve vida e que na verdade já é um corpo em putrefacção, para dentro da panela. Ligue o fogão.
Pegue num livro, volte a encher o copo de Martini e desta vez acrescente-lhe um pouco de vodka e sente-se na cozinha a ler. Não saia de casa, já que é perigoso deixar patos ao lume sem vigilância, nem caia na tentação de se sentar no sofá a ver TV – só deus sabe o que estará a dar e não vá acabar por dormir e deixar o pato ferver até à fritura. Aguarde serenamente três horas – se tomou Victan isto será possível! Após esse tempo, com a concha da sopa retire aquilo que lhe parece gordura na água. Tire o pato – ATENÇÃO: - OS ALIMENTOS LOGO APÓS A COZEDURA ESTÃO QUENTES. Volte a sentar-se. Respire. E mentalize-se que vai ter que desmembrar o bicho para depois transformar cada bocado de carne em fios, diz que quanto mais finos melhor. NÃO DEITE A ÁGUA DE COZER O PATO FORA! – Vai fazer-lhe falta! Depois de bem desfiado, pegue na cebola picada congelada que também pode ser marca Pingo Doce, Continente e até mesmo Lidl e despeje metade para dentro do tacho que comprou para fazer o arroz. Deixe alourar a cebola até loiro tipo Louro Claro da Loreal e quando estiver neste tom deite menos de metade de um saco de alho. Mal o alho esteja Louro Claro Nº 1 da Loreal também. Pegue nos bocadinhos bem desfiadinhos dos lombinhos do pato e os deita para junto do alho e da cebola. Respire fundo e mexa freneticamente até o pato ganhar o tom do castanho-escuro da Garnie. Nesta fase junte uma concha de sopa de água da cozedura do pato – eu avisei para não deitar a água fora. Quando a água desaparecer faça as contas ao número de pessoas que vão comer. Por exemplo, segundo a minha mãe cada pessoa come uma mão cheia de arroz e vai sempre mais uma para o guloso – nunca entendi se por questões matemáticas, religiosas ou politicas. Assim, se vai receber quatro pessoas conte quatro mãos cheias de arroz e mais uma e vá deitando para a medida pois por muito cientifica que a técnica da minha mãe possa parecer a melhor que conheço é que a medida da água seja sempre o dobro menos um bocadinho que a medida do arroz. Neste caso a medida da água é metade menos um bocadinho de água da cozedura do pato e metade menos um bocadinho de água potável. Junte o arroz e mexa até estar bem misturado com o pato, cebola e alho. Junte o dobro da água menos um bocadinho previamente aquecida – diz que assim o arroz não abre. Deixe ferver e caso ainda não tenha recebido uma vistoria da ASAE em casa prove com a colher que usou para ir mexendo o arroz, para ver se está bom de sal. Se sim diminua a temperatura do disco e tape o tacho. Corte as carnes em rodelas. Depois de pronto o arroz espalhe-o num pirex de ir ao forno deite pão ralado até achar que é aceitável por todo e decore com as rodelas de chouriça, salpicão e o bacon. Deixe acastanhar e sirva com a salada que entender. Ponha a mesa com o guardanapo do lado esquerdo que é como deve ser, copos de água e vinho, lave as mãos, sente-se à mesa e descanse. Por favor não diga bom apetite que é de uma enorme falta de chá.

3 comentários:

mary disse...

Santa ingenuidade, digo eu....a que proposito a pasteurização das massas queijeiras t~e a ver com o arroz de pato da Kally!

Ole, kally.....faz muito bem juntar os martinis aos victans...e por favor....BON Apetit nunca fez caír os tomate a ninguem (ups)

A Vilhena disse...

caso ainda não tenha recebido uma vistoria da ASAE em casa prove com a colher que usou

Pois... o comentário tem a ver com a ASAE!!!

mary disse...

Acredito... e por falar nisso...Referendo em Taiwan? Imagine-se que passa para a china? O que vai ser das GELATINAS KOALA?

Kally! não vai usar a seguir ao Arroz de Pato as gelatinas pois não? Então pronto, prove o arroz com a colher que usou porque a ASAE nao fechará decerto a sua cozinha...Porque na minha casa não entram de certeza, a avaliar o fogão industrial, os trens de cozinha "ideia casa" e as Baixelas da corte Portuguesa na India, não ha policiamento que resista. Vou-lhe mandar a receita das Ameijoas á Bolhão Pato da Ria Formosa, apanhadinha hoje depois da descarga do Hax...ASAE...Manda-os vir